(Internet/Reprodução)
O nome de Renato Feder, secretário de educação do Paraná e empresário do ramo da tecnologia, parece já estar certo para ocupar o cargo de ministro da educação. O anúncio oficial, segundo fontes ouvidas pelos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, deve sair apenas na próxima segunda, mas o convite foi feito ontem (2) pelo presidente Jair Bolsonaro. A análise do repórter especial da Folha Igor Gielow é que o objetivo desses três dias de espera é justamente fazer um “test-drive” para medir a avaliação da mídia e da população antes que aconteça a nomeação de fato – já que Decotelli, o último ministro do MEC, ficou apenas cinco dias no cargo até que as irregularidades do seu currículo fossem descobertas.
Se a estratégia foi medir a reação ao possível novo ministro e esgotar todas as suspeitas de antemão, o Twitter já está se movimentando para isso: entre a desaprovação da ala ideológica do governo e as críticas ao perfil privatizador de Feder, veja algumas reações no Twitter ao longo desta sexta!
Longe da unanimidade
Algumas personalidades pró-governo defenderam e apoiaram a escolha de Renato Feder para o Ministério da Educação, como a deputada federal Carla Zambelli (PSL), que destacou a tendência empreendedora do atual secretário de educação do Paraná ao enfatizar que ele ajudaria a formar alunos “competitivos para o mercado”.
Renato Feder defende a escola e o ensino sem ideologia política, qualquer q seja ela. Sabemos q ele irá trabalhar p/ formar adolescentes c/ excelência em português, matemática, ciência e afins.
É exatamente o q queremos. Alunos livres e competitivos p/ o mercado.
Bem vindo! 🇧🇷
— Carla Zambelli (@CarlaZambelli38) July 3, 2020
Mas foi justamente esse teor liberal de Feder – principalmente em pautas morais – que parece ter desagradado os apoiadores mais ideológicos do governo. Defensores do presidente levantaram algumas informações um tanto quanto polêmicas do político e empresário como o fato de ele ter defendido a legalização das drogas em seu livro Carregando o Elefante – Como Livrar-se do Peso que Impede os Brasileiros de Decolar, e relembraram também o apoio e doações feitas por ele à campanha do atual governador de São Paulo, João Dória. Segundo o TSE, Feder chegou a doar R$ 120 mil para a campanha.
Renato Feder defende legalização de drogas? Pqp! Já deu né? pic.twitter.com/xchZVRUdaU
— Bernardo P Küster 🇧🇷 (@bernardopkuster) July 3, 2020
Colocar Feder no MEC é jogar fora todo o discurso de combater a doutrinação na escola e entregar nosso sistema de ensino na mão dos malditos globalistas.ESTOU PUCTA
— Paula Marisa 🇧🇷🇮🇱🇺🇸 (@profpaulamarisa) July 3, 2020
Longe mesmo
Enquanto isso, os que se ativeram aos assuntos da educação, criticaram principalmente a postura privatizadora do possível novo ministro do MEC – que, inclusive, já defendeu a extinção do ministério que ocupará.
Se confirmada, a escolha de Renato Feder representa a mais grave ameaça privatista da História do MEC.Como Feder entra enfraquecido, por ter sido preterido por C. A. Decotelli, vai querer mostrar serviço – o que sob o bolsonarismo significa destruir. E privatizar é destruir.
— Daniel Cara (@DanielCara) July 3, 2020
Renato Feder, cotado para ministro da Educação, já propôs privatizar todas as escolas e universidades.
Não adianta trocar de ministro, temos que trocar de governo!#ForaBolsonaro pic.twitter.com/NHvEUdt735
— Marcelo Almeida (@MarceloAlmSG) July 3, 2020
Além, é claro, do histórico envolvendo corrupção e sonegação de impostos.
O ministro da Educação, além de ser acusado de sonegação fiscal, já propôs PRIVATIZAR todas as escolas e universidades.
Já sabemos porque ele foi escolhido para o cargo.https://t.co/N1H2gOFuxj
— William De Lucca (@delucca) July 3, 2020
Segundo o jornal O Globo, Feder já foi alvo de duas denúncias no Ministério Público por sonegação fiscal da empresa Multilaser, da qual é sócio. O valor totaliza R$ 22 milhões.
Resta aguardar para ver o perfil mais “técnico” e discreto de Renato Feder o manterá no cargo por mais tempo que seus antecessores Vélez, Weintraub e Decotelli.